Jornal da Praceta

FUNDADO EM JUNHO DE 2001

Informação sobre as freguesias de Alvalade, Campo Grande e São João de Brito  

EDITORIAL

   

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Lisboa Está a Ficar Deserta

Fruto das políticas criminosas da Câmara Municipal de Lisboa, em 27 anos, a cidade perdeu mais de 30% dos seus habitantes. Uma sangria que não tem parado de aumentar. 

Os que foram forçados a partir, as camadas mais novas da população, acantonaram-se em bairros caóticos na periferia, verdadeiras chagas sociais que se espalham pelos concelhos de Odivelas, Loures, Amadora, Almada ou Vila Franca de Xira. 

Os que ficaram nos bairros antigos de Lisboa, viram a sua situação piorar dia após dia. O acentuado envelhecimento da população destes bairros, foi acompanhado pelo declínio do comércio local e a degradação urbana. Perante a demissão dos serviços municipais, as  fachadas dos edifícios foram selvaticamente alteradas, pulularam os acrescentos e as construções clandestinas. Os espaços públicos, como praças, passeios, jardins ou parques ficaram num estado caótico. Os equipamentos urbanos, como escolas, creches, bibliotecas, piscinas apresentam um elevado estado de degradação.

A maior parte das ruas ficam desertas, quando ao fim do dia regressam a casa os habitantes das periferias que aqui vêm trabalhar. Mais de 400 mil automóveis entram todos os dias na cidade, transformando-a num verdadeiro inferno para quem nela insiste em viver. 

Cerca de 60 mil habitações estão devolutas, um grande número quais ameaça ruir. 

Os únicos bairros onde se registou um efectivo aumento da população foi nos bairros sociais. A CML gere cerca de 70. Aqui vivem entre 25 a 30% dos habitantes da cidade, a maioria dos quais são sustentados pela segurança social. A criminalidade e conflitualidade inter-étnica tomam frequentemente conta dos mesmos.

Não admira que a desertificação da cidade tenha acabado por traduzir-se no aumento exponencial da insegurança e da criminalidade. Bandos de delinquentes e de traficantes de droga actuam nas ruas na mais completa impunidade. De uma das cidades mais seguras do mundo, Lisboa está hoje transformada numa  cidade perigosa. 

As novas urbanizações, como a Alta de Lisboa ou o Parque das Nações, não ficaram inumes a esta panorama geral e rapidamente se tornaram em locais inseguros ao fim do dia, e onde os assaltos se sucedem. O único refúgio possível na cidade para os mais endinheirados são os condomínios fechados, com segurança 24 horas por dia.   

Face a este panorama o que é que fizeram os principais partidos políticos? Ao longo destes 27 anos, passaram ao lado da questão do declínio da cidade, pois o seu objectivo tem sido outro:  Roubar! Aumentaram as estruturas camarárias para encaixarem as suas clientelas. Promoveram obras e iniciativas camarárias de duvidosa utilidade para desviarem fundos para os aparelhos partidários. Tornaram-se complacentes com todo o tipo de incompetentes e corruptos que se apossaram da câmara.    

As propostas até agora apresentadas para Lisboa, mais não fazem do que insistirem no mesmo tipo de políticas que têm expulso os habitantes da cidade de Lisboa. Nas próximas eleições é necessário manifestar de forma clara a recusa deste estado de coisas. Como ? Votando em Branco, o voto do protesto. 

Carlos Fontes. Agosto 2009

Nas Eleições de Julho de 2007, mais de 62% dos habitantes de Lisboa não votaram para a Câmara. Cerca de 4% votaram branco ou anularam o voto.

    

Tempo de Balanço (Julho de 2009 )

De novo os Lisboetas vão a votos para manter a ficção que possuem uma câmara municipal. Um absurdo que apenas consegue mobilizar a muito custo (e propaganda) uma minoria da população. 

Se existisse uma instituição pública digna desse nome, a gestão teria que ser muito diversa daquela que diariamente observamos e vivemos. 

Após cerca de dois anos à frente da autarquia, António Costa, afirma que "cumpriu" pondo a Câmara Municipal de Lisboa a funcionar. Confirma desta forma aquilo que toda a gente sabia: a Câmara não funcionava!. Limitava-se a esbanjar as receitas arrecadadas e a acumular enormes dívidas para alimentar mais de 11 mil dirigentes e funcionários que nada fazendo, viviam na mais completa parasitagem. Esta é a conclusão que se extrai dos seus discursos e cartazes espalhados pela cidade.  

António Costa acabou com a parasitagem? Não !. Tudo continua na mesma, as estruturas mafiosas mantém-se intactas. A principal mudança verificada foi na abertura de inquéritos aos serviços e empresas municipais, onde os casos de corrupção atingiram proporções vergonhosas, o que permitiu afastar por algum tempo alguns mafiosos.   

A sua única missão, segundo o próprio, consistiu em reduzir despesas, dado que já ninguém fiava à CML, que se encontra falida.

O que é que se propõe fazer nos próximos quatros anos ? Manter a funcionar a "casa arrumada", isto é, os interesses instalados. Na retórica eleitoral afirma que a partir de agora irá dar mais atenção às pessoas e menos aos automóveis. Disse o mesmo há dois anos atrás, mas a promessa não durou nem duas semanas. 

Durante o curto mandato de António Costa continuou a hemorragia na cidade.

Santana Lopes, o inqualificável candidato do PSD/CDS/PPM, está de volta. Os resultados da sua gestão calamitosa da cidade, assim como a do seu digno sucessor - Carmona Rodrigues - ainda se fazem sentir.  As dívidas disparam e os serviços da Câmara transformaram-se num caos. 

Durante os mandatos de Santana Lopes e Carmona Rodrigues mais de 10 mil habitantes de Lisboa mudaram-se para a periferia. A cidade tornou-se num local infernal e inseguro para se viver.

O que é que Santana Lopes promete fazer nos próximos quatro anos ? Continuar a esburacar a cidade para entrarem mais automóveis e dar trabalho às empresas de terraplanagem e construção de túneis. É este o seu grande projecto para Lisboa.

A miséria política dos candidatos à CML é de tal ordem, que se não se alterar rapidamente o actual estado de coisas, a única alternativa que resta aos que ainda aqui vivem é abandonar a cidade às ratazanas e aos autarcas que a governam.

Carlos Fontes. Julho de 2009

    
Fado de Lisboa  (Maio/2008)

Fado de Lisboa *

A eleição de António Costa, a 15 de Julho 2007, por menos de 10% dos eleitores inscritos, foi apesar de tudo vista como um sinal de esperança após um longo vendaval na gestão da Câmara Municipal de Lisboa. Não foi necessário um ano de governação, para estarmos a chegar à conclusão que o Fado de Lisboa está de volta. 

O melhor exemplo, desta triste fatalidade é de novo a questão do famigerado Auto-Parque Lins do Rêgo. 

1. O processo do Auto-Parque Parque da Rua José Lins do Rego (Praceta), remonta a 1997 e surgiu desde logo envolto em ilegalidades e alegada corrupção, amplamente denunciados pelos moradores. A quase totalidade do moradores desta Praceta, recusaram a localização do Auto-Parque num jardim público através de sucessivos abaixo-assinados. A razão principal é que existem várias alternativas no local que são consensuais e com muito melhores resultados para o fim em vista.

2. Diversos estudos da CML, incluindo elaborados pelo arquitecto Ribeiro Teles dão razão aos moradores e recomendam a preservação deste espaço verde, numa zona extremamente poluída.

3. O antigo presidente da CML - João Soares - , quando foi alertado para o caso em 2001 suspendeu de imediato a polémica destruição do jardim, e reconheceu que existiam alternativas melhores e consensuais. O envolvimento do então Presidente da Junta do Campo Grande no processo (PS), acabou por lhe custar uma enorme derrota eleitoral na freguesia (Dezembro de 2001) .

4. Factos posteriores revelados na altura, mostraram que membros do PSD estavam envolvidos nas negociatas do Auto-Parque. Os deputados do PSD e CDS-PP que se deslocaram ao local foram igualmente unânimes que a localização do parque era um absurdo, atendendo às alternativas existentes. 

5. Pela razões anteriores desde 2001, o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista, Os Verdes e mais recentemente o próprio grupo Cidadãos por Lisboa assumiram PUBLICAMENTE este caso como um exemplo da desastrada gestão urbanística praticada por Santana Lopes e Carmona Rodrigues, que procuravam prosseguir com o negócio.

7. Estes partidos de esquerda denunciaram o caso na Assembleia Municipal, nos diversos orgãos da CML, na Comunicação Social, eleições autárquicas, etc. A própria Junta de Freguesia do Campo Grande (PSD), acabou por também publicamente por denunciar a irracionalidade da decisão, desvinculando-se das posições do PSD.

8. Em Março de 2004, por exemplo, o Partido Socialista chegou a trazer ao local um autocarro cheio de jornalistas para que os mesmos pudessem testemunhar in loco a forma irracional como o PSD/CDS-PP geriam a CML. Artur Miguel Coelho, Dias Baptista e outros deputados do Partido Socialista no local demonstram de forma inequívoca que existiam alternativas para a localização do referido parque, criticaram a falta de diálogo da CML com os moradores, a forma arbitrária como as decisões eram tomadas nos gabinetes. Miguel Coelho continua a ser o responsável pelo grupo de deputados do Partido Socialista na Assembleia Municipal.

9. Por proposta do Partido Socialista, a Assembleia Municipal, chumbou sucessivamente as proposta do PSD, denunciando também as negociatas que envolviam este caso.

10. No dia 9 de Maio de 2008, os moradores foram alertados para a instalação na Praceta de uma máquina para sondagens e pela informação que o processo de famigerado auto-parque estava de novo em marcha, agora com o apoio (?) do Partido Socialista. No dia 12, às 13h15 quando a profuradora iniciou os trabalhos, chamaram a Polícia Municipal, a qual na altura teve dúvidas sobre a legalidade do que se estava a processar, mas nada fez. Uma prática corrente durante o período de Santana Lopes e Carmona Rodrigues.

11. A incoerência da actual CML gerida pelo Partido Socialista é total. O descrédito é absoluto. As piores práticas do passado estão de novo de volta, trazidas por um Partido que as denunciou de forma veemente no passado.

Está de novo de volta o Fado de Lisboa, e como diz o dito bem português, mudaram-se as moscas, mas a porcaria continua a mesma. Até quando ?

Carlos Fontes. 12 de Maio de 2008

Nota importante:

* Depois desta triste cegada durante a "reunião pública descentralizada" realizada, no dia 4 de Junho de 2008 entre as 19h00 e as 22h30, na Casa do Concelho de Tomar, o presidente e os vereadores da actual CML assumiram perante os moradores das freguesias de Alvalade, Campo Grande e São João de Brito um conjunto de compromissos, entre os quais constava o de não autorizar a construção do Auto-Parque no Jardim da Rua José Lins do Rego. Um decisão posteriormente confirmada por escrito. 

    
 

2007-2001)

Continuação

 





 

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Nas páginas de alguns jornais, com destaque para o Público são cada vez mais frequentes os desenvolvimentos de notícias publicadas no Jornal da Praceta. Facto que atesta a nossa crescente projecção local e regional, reforçando o nosso papel como mediadores entre os moradores e a imprensa diária. Entrevista

2005

 Comunicação Social

Jornal da Praceta foi considerado um caso exemplar de intervenção cívica na cidade de Lisboa (Reportagem )

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2004

Universidade Nova de Lisboa. FCSH.  Instituto de História da Arte

VIII Curso Livre de História da Arte  

Lisboa Espaço e História

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Lisboa Virtual. Conferência de Carlos Fontes, director do Jornal da Praceta - 2 de Junho de 2004 (Comunicação )

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Escola Secundária Rainha Dona Leonor

Dia 11 Março 2004 - 14.30

Jornais Electrónicos de Bairro, conferência proferida por Carlos Fontes (director do Jornal da Praceta

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2003

O jornal  Público distingue o Jornal da Praceta na  imprensa electrónica, afirmando que se trata de um jornal  "bem informado" não apenas do que se passa no bairro, mas também na cidade e nos meandros da própria CML. Com meses de antecedência publica factos que depois serão manchete em semanários, como O Independente. (Cf.Público,31/8/2003)



 

 

  

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