Após a ditadura (1926-1974),
os lisboetas saudaram efusivamente o regresso à democracia.
As imagens da festa de
1974-1975 percorreram o mundo, constituindo verdadeiros hinos à
liberdade, estimulando por toda a parte o derrube de ditaduras.
Não haviam passado dez anos
sobre estes exaltantes acontecimentos e já os lisboetas havia mergulhado
numa nova ditadura, a dos especuladores imobiliários e dos políticos
corruptos que tomaram de assalto a CML e as Juntas de Freguesia,
afastando os municipes da sua cidade.
O que a partir dos anos 80
ocorreu foi uma inacreditável sucessão de negociatas, a expressão
corrente para designar a usurpação ilicita do Património Colectivo (Bem
Comum).
Entre os inúmeros casos,
alguns foram alvo de enorme polémica na comunicação social, a maioria
dos quais terminaram em factos consumados lesivos dos interesses da
cidade passada a fase de exposição mediática.
Estas negociatas não devem
contudo, fazer esquecer a maior de todas, a que foi sendo praticada aos
longos dos anos pelos partidos políticos e que conduziu à captura da
própria Câmara Municipal de Lisboa, onde mais de 90% das suas receitas
são hoje gastas a sustentar privilégios, serviços e empresas perdulárias
e inúteis (Dados de 2006).
Em Junho de 2007 as dívidas
da CML ascendiam a 1.261 milhões de euros, os investimentos estavam
praticamente paralisados. Durante as eleições intercalares vários
candidatos, numa total desfaçatez, prometeram às clientelas que vivem à
sombra do orçamento da Câmara que no caso de serem eleitos, iriam
contrair mais empréstimos ou venderem de imediato o património municipal
para os continuarem a alimentar.
Alguns Exemplos: |