Jornal da Praceta

Informação sobre a freguesia de Alvalade

(Alvalade, Campo Grande e São João de Brito )

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Alvalências - (Alvalade + Competências) - Estudo de Caso

Experiências para o desenvolvimento de Competências Socioambientais

numa escola do Agrupamento Rainha D. Leonor


A cidadania constitui um desafio cada vez mais assumido por uma Escola com um papel crescente na socialização dos mais jovens (Tedesco, 2007).


Em articulação com IGOT (Instituto de Geografia e Ordenamento do Território), a Escola Secundária Rainha Dona Leonor e o Jornal da Praceta, o Mestrando em Ensino de Geografia, Luís Cordeiro, inspirado no Projeto Nós Propomos ! *, mobilizou uma turma da Escola Secundária Rainha D. Leonor, para o estudo dos problemas socioambientais de Alvalade, envolvendo as disciplinas de Geografia e Formação Cívica.



A turma 9º2 no Parque José Gomes Ferreira


Após a discussão concetual em sala de aula, os alunos realizaram uma visita a áreas periféricas do bairro de forma a serem definidos Estudos de Caso. Identificaram problemas, e, organizados em grupos, aprofundaram um deles. O seu objetivo era conceber uma reportagem digna de publicação no Jornal da Praceta.


Os alunos consultaram o jornal referido, que coloca os habitantes de Alvalade ao corrente das atualidades sociais, ambientais e económicas da freguesia e da cidade de Lisboa, constituindo um importante instrumento de trabalho geográfico.


Nesta sequencia os alunos no dia 23 de maio, realizaram uma visita de estudo que os surpreendeu, pela descoberta de um bairro, com “identidades” e um património, parcialmente desconhecido. O percurso efetuou-se por bairros socialmente diferenciados, desde as vivendas da Rua Carlos Malheiro Dias, aos prédios junto à  Junta de Freguesia, ao Parque José Gomes Ferreira e à Rua das Mimosas.


Percurso efetuado pelo 9º 2 no dia 23 de maio


Este projeto cruza-se com o propósito de promoção da Educação para a Cidadania, hoje um dos principais desafios escolares. Num território complexo, há que motivar os jovens cidadãos para:  a ação local e o pensamento global; o sentido de pertença na comunidade e consciência  geradora de mudanças.


Este projeto só foi possível com os diferentes contributos dos Professores do  Agrupamento de Escolas Rainha D. Leonor -  Eduarda Pina, Irma Pinheiro e  Carlos Fontes, do IGOT, professor Sérgio Claudino, e claro, todos os alunos do 9º 2ª.

* http://igot.ulisboa.pt/evento/nos-propomos-201718/

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Um Palácio Esquecido em Alvalade*

A nova freguesia uniu as antigas freguesias de Alvalade, Campo Grande e São João de Brito, que mais tarde se separariam, e a sua história remonta inevitavelmente ao passado destes três territórios, formada por campos, quintas e hortas, usadas pelos nobres.


O palácio está inserido numa AUGI - Área Urbana de Génese Ilegal, o "Bairro das Mimosas", mesmo ao lado do "Bairro de S.João de Brito".

Entre lixeiras, automóveis abandonados, barracas e casas clandestinas, oficinas e um ferro-velho ergue-se o que resta do antigo "palácio" doCondes de Vila Real.


Ao observarmos estas imagens podemos concluir que este antigo palácio se encontra completamente degradado e abandonado.


Para além disso, este antigo palácio esta situada numa zona de baixa classe social. Achamos que é necessária a seguinte intervenção da autarquia:


- Reabilitar o antigo palácio dos Condes de Vila Real. Neste local poderiam ser exibidas exposições de arte ou outros eventos de importância cultural.


- Reabilitar a Rua das Mimosas. Melhorar as condições de vida das pessoas que lá vivem e até mesmo resolver problemas de toxicodependência neste local. Achamos necessárias estas medidas na rua das mimosas pois dão um péssimo aspeto a uma antiga quinta nobre.

 

Para concluir este trabalho achamos que a reabilitação do Palácio dos Condes de Vila Real é uma prioridade para Alvalade. Assim apelamos à intervenção neste local para que este seja aproveitado para outras situações por exemplo culturais.


* Trabalho realizado por: Diogo Esteves, nº5 , Lourenço Teixeira, nº12, Francisco Monteiro, nº7 e Miguel Faustino, nº21  

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Estrálvalade

Uma viagem pelas ruas esquecidas da Freguesia*

Ao decorrer do trabalho de campo pelo "Bairro das Mimosas", um facto assinalável é o desnivelamento das estradas. Algumas tão destruídas que nem estradas pareciam. Alguns alunos tropeçaram e quase caíram, pois não há zona de pedestres.

As estradas não aparentavam via-dupla, mas mesmo assim observámos veículos pesados nas duas direções. Quando a estrada não era de terra batida possuía buracos muitos grandes.


Por que achamos importante fazer disto o tema do nosso trabalho?


Pensámos em diversos problemas na população e no seu bem-estar que podem ocorrer graças a uma má construção das estradas, daí o título Estrálvalade.

O perigo das condições da estrada potencia um maior risco de acidentes, por exemplo:

- Carros com pneus furados;

- Veículos pesados com carga frágil ou inflamáveis, podem com facilidade tombar ou capotar, comprometendo o meio-ambiente e moradores (ex. destruição de moradias e barracos; intoxicação de seres vivos e animais domésticos).

- A passagem turbulenta das ambulâncias. Alvalade tem uma população envelhecida, e, consequentemente, há um grande recurso a ambulâncias e veículos de emergência, que quando transportam “doentes” precisam de estabilidade para a sua segurança;

Os veículos ligeiros que carregam crianças com menos de 6 anos de idade ou passageiros que possuem deficiência física, precisam de estabilidade para não se magoarem com facilidade e não distraírem o motorista.

 

 

* Trabalho realizado pelos seguintes alunos do 9º 2ª da Escola Secundária Rainha Dona Leonor: Bárbara nº 1, Amanda nº 30, Madalena nº 13 e Mariana nº 18.

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Descondições do Parque José Gomes Ferreira*

Alvalade é uma freguesia situada no centro do Concelho de Lisboa. Alvalade é uma área nobre e no geral homogénea.
        
O Parque José Gomes Ferreira encontra-se dentro da freguesia de Alvalade. Apesar da sua extensão de 21 hectares, é um parque onde existe uma variedade de problemas facilmente identificáveis.

Localização do Parque José Gomes Ferreira na Freguesia de Alvalade

Os problemas mais visíveis são a falta de caixotes do lixo e de bancos de jardim. 

Os equipamentos e estruturas desportivas encontram-se bastante danificadas, ou nem existem.


Além disso, encontra-se com bastante lixo, e dejetos de cão, no chão e no meio das plantas.



Por estas razões o parque encontra-se vazio, sem usufruto dos habitantes. Assim, deve-se resolver estes problemas o quanto antes.


A nossa proposta de intervenção no Parque José Gomes Ferreira consiste em construir caixotes do lixo em vários pontos estratégicos do parque, em conjunto com bancos de jardim, possibilitando aos habitantes descansar e observar a Natureza.



Outro dos aspetos da nossa proposta de intervenção consiste na manutenção e construção dos equipamentos e estruturas desportivas, dando aos habitantes a possibilidade de fazerem exercício num ambiente calmo. Podemos observar de seguida uma estrutura improvisada revelando a carência equipamentos.


Para resolver o problema dos dejetos caninos, irá ser necessário disponibilizar à população sacos pequenos para apanhar os dejetos caninos.



Para tudo isto ser possível, poderia ser realizada uma angariação de fundos, para além da obvia da ajuda financeira da autarquia.


A angariação de fundos pode ser realizada num lanche/piquenique de sensibilização, acessível a todos, ou até mesmo vendas de rifas.


Alvalade é uma área com elevado nível de vida, e, portanto, todo o espaço deve ser bem aproveitado.

Trabalho realizado pelo seguintes alunos da turma 9º 2ª, Escola Secundária Rainha Dona Leonor: Joana Freire Nº10, Marta Galacho Nº19 e Rita Bernabé Nº26.

 

   
 
 

Entrada

História local
 
 
 
 
   
   
     

Objectivos Pedagógicos

" Uma das grandes finalidades da educação geográfica, é a promoção de atividades que permitam aos alunos “saber pensar o espaço e serem capazes de atuar no meio em que vivem” (Nunes, A., Nolasco, C., Almeida, A. 2013/14).

Este projeto pretendeu valorizar a implementação do Estudo de Caso no 9.º ano, nível que, para a maioria dos alunos, é o último da escolaridade em geografia.

Assume-se aqui a relevância que o Estudo de Caso tem na valorização do território para as aprendizagens na disciplina, com o desenvolvimento das competências de recolha e tratamento de informação, com recurso ao trabalho de campo, que devem marcar esta disciplina.

Este projeto cruza-se diretamente com o propósito de promoção da Educação para a Cidadania, hoje um dos principais desafios escolares.

Num mundo complexo, com múltiplos desafios de socioambientais e de culturas, há que desenvolver uma ação cidadã orientada para o desenvolvimento sustentável. O currículo e as metodologias de aprendizagem têm vindo a sofrer alterações significativas, para motivar os jovens cidadãos.


A Geografia serve, em primeiro lugar, para formar cidadãos intervenientes, ao encontro do que se propõe no Perfil dos Alunos à saída da Escolaridade Obrigatória (Ministério da Educação, 2017), com o desenvolvimento de competências que o Estudo de Caso ajuda a promover.


Este projeto teve como referência o próprio desafio educativo do Projeto Nós Propomos!, surgido no IGOT-UL em 2011/12, e que tem por finalidade promover uma efetiva cidadania territorial local, numa perspetiva de governança e sustentabilidade. O tema em estudo, “Riscos, Ambiente e Sociedade”, enquadra-se perfeitamente nos objetivos do Projeto, para além de ir ao encontro das competências propostas nas Aprendizagens Essenciais, em fase de discussão pública.


Os objetivos direcionados para os alunos foram:


- Sensibilizar-se para as questões de cidadania;   


- Desenvolver uma efetiva cidadania territorial local;     


- Cooperar ativamente com os colegas na resolução de problemas;     


- Desenvolver competências de investigação e de trabalho de grupo; 


- Desenvolver o espírito de liderança em pequenos grupos de trabalho;       

    
- Comunicar com eficácia pensamentos e ideias sobre problemas geográficos; 

- Usar corretamente conceitos chave da geografia na resolução de problemas;       

                       
- Desenvolver argumentos lógicos na defesa de ideias nas discussões de grupo;


- Desenvolver o pensamento crítico através da resolução de problemas da geografia escolar;


- Recolher, organizar e sintetizar informação e mobilizar a mesma na construção de experiências de aprendizagem;    

 
- Analisar problemas mediante a identificação de questões, a inventariação de hipóteses, a avaliação do potencial e limitações das soluções."

Luís Cordeiro