Judaísmo em Portugal

Carlos Fontes

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Diáspora dos Portugueses Cristãos Novos

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Desde 1497 milhares de portugueses cristãos novos, muitos dos quais eram judeus, saíram do país indo povoar e desenvolver muitos reinos. Depois do estabelecimento da Inquisição, em 1536, o seu número não parou de aumentar. 

A maioria dos que saíam pretendiam apenas começar uma vida nova, fartos de serem vigiados e perseguidos pela Igreja Católica, que descobria em cada português um judeu. É um erro considerar que todos os cristãos novos eram judeus, como comprovam inúmeros testemunhos do século XVI, XVII e XVIII (1). A maioria seriam até sinceros cristãos, só que a igreja Católica não os deixava viverem a sua Fé.

A saída dos cristão novos do país tornou-se uma constante. Muitas testemunhas da época, afirmam que só na primeira metade do século XVII, cerca de 25% dos portugueses tinham saído para fugirem à Inquisição.

Estabeleceram-se nos domínios portugueses, onde a vigilância da Inquisição era inicialmente muito fraca, como o Estado da India (do Cabo da Boa Esperança a Timor), Brasil, mas também nas praças portuguesas em Marrocos: Ceuta, Arzila, Alcácer Ceguer, Safim, Tanger, Azamor ou Mazagão.

Espalharam-se pelas regiões muçulmanas do Mediterrâneo, como Marrocos (Fez, Tetuão), Tripoli (Líbia), Tunes (Tunisia), Argel (Argélia), Egipto, Teberiades (Palestina), Chipre, Salónica (Grécia), Damasco (Jordânia) e Turquia (Constantinopla...). 

Em Itália formaram grandes comunidades sobretudo em Ferrara, Ancona e Nápoles, e em menor dimensão em Veneza, Ragusa, Florença, Roma, Bolonha ou Pisa.   

Em França as comunidades portuguesas no século XVI eram significativas em Baiona, Bordéus, S. João da Luz, La Rochelle, Toulouse, Nantes, Montauban, Lião, Ruão e Paris.  

Na Flandres (Bélgica) a comunidade era enorme em Antuérpia. A partir daqui expandiram-se Amesterdão, Roterdão e Haia e outras cidades dos Países Baixos. O seu poder e influência foi aqui enorme.

Na Alemanha constituíram uma importante comunidade em Colónia, Lubeque e Hamburgo. Mais a norte fixaram-se também em  Gdanks (Polónia) e outras cidades.

Na Inglaterra, a partir do século XVII, fizeram de Londres o seu centro. 

Nos principais centros urbanos de Espanha, mas também nos seus domínios na América, proliferavam as comunidades de portugueses católicos e judeus. 

Em Espanha e seus domínios eram identificados simplesmente como "portugueses", mas quando a Corte Espanhola precisava de dinheiro, não tardava a serem acusados de "judeus". Milhares foram desta forma espoliados dos seus bens e mortos ( Mais ).

Em Construção !

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Carlos Fontes
 

(1) Serrano,Juan Ignacio Pulido - De la Identidade, Emigración e Integración de los Cristaos Novos Portugueses en la Época filipina, in, Inquisição Portuguesa. Tempo, Razão e Circunstância ... p.163e segs.

 

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