Curso de Educação Para a Cidadania

Formação Cívica

 

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O Voluntariado e as Novas Dinâmicas da Sociedade

O voluntário é por definição todo aquele que por vontade própria realiza uma dada atividade não remunerada num período de tempo determinado. Os beneficiários desta atividade tanto podem ser familiares, vizinhos ou a comunidade em geral. É portanto uma atividade iminentemente civíca.

O voluntariado nas nossas sociedades tem vindo, contudo, a assumir novas dimensões :

a) Envelhecimento Ativo. As sociedades ocidentais são constituidas uma elevada considerável percentagem da população idosa, grande parte da qual inativa. O voluntariado é uma forma de manter esta população saudavelmente ocupada, com largos beneficios para toda a comunidade.

b) Ausência de recursos. Muitos voluntários constituem a mão-de-obra efectiva de muitas organizações ditas "sem fins lucrativos", como acontece em Portugal com a enorme rede de associações de bombeiros voluntários. Estas organizações ofecerem aos seus voluntários a possibilidade de ajudarem o próximo e adquirirem um vasto conjunto de competências relacionais,profissionais e outras. O próprio Estado para suprir a falta de recursos recorre a estas organizações para a prestação de serviços da população. Neste sentido não apenas incentiva o voluntariado mas tende a condicionar o acesso a certos cargos em função das ações de voluntariado que os cidadãos hajam realizado.

c) Responsabilidade Social das Empresa. As empresa são igualmente chamadas na nossas sociedades a contribuirem com parte dos seus lucros para a comunidade onde laboram ou vendem os seus produtos. Nestes sentido, os seus funcionários são chamados a participarem em ações de voluntariado. Ao fazê-lo promovem a marca e melhoram a sua imagem junto dos consumidores, mas também estimulam os próprios trabalhadores.

d) Aquisição de Competências. Devido a longos percursos escolares, uma parte significativa da população só muito tarde tem um efectivo contacto com o mundo do trabalho. A sua relação com a comunidade que integram é ténua. A assunção de responsabilidades é frequentemente recusada. O voluntariado pode funcionar nestes casos como uma escola de assunção de compromissos e de solidariedade, para além de possibilitar a aquisição de eventuais competências sociais e profissionais.

O voluntariado enquanto dádiva individual de tempo à comunidade devia de constituir um dever de cada cidadão. Não uma obrigação exterior mas a retribuição pelo que a comunidade lhe deu.

Carlos Fontes