Sessão
de 27 de Abril de 2004
Intervenção dos Moradores
Exmo Senhor
Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa
Dr.Modesto
Navarro
1. Em
primeiro lugar queremos felicitar esta digníssima Assembleia
pela decisão tomada no dia 13 de Abril, de propor à CML um estudo
sobre a reabilitação das zonas livres do interior dos quarteirões
do Bairro de Alvalade, nomeadamente para a construção de parques
de estacionamento.
2. Há
cerca de 7 anos, que de forma sistemática os moradores da zona, e
em particular os da rua José Lins do Rêgo,
vêm alertando a CML para a crescente degradação destes
logradouros, que estão a ser usados para todo o tipo de
actividades:
- Ofícinas
e armazéns clandestinos
- Tráfico
de droga
- Alojamentos
de imigrantes
- Cemitérios
de automóveis
- Pombais
- etc
3.Trata-se
de vastos espaços públicos, que representam também um evidente
perigo para a saúde pública, não apenas pelas enorme quantidade
de lixeiras que neles existem, mas também pela
proliferação de roedores, moscas e mosquitos, etc. Vendo-se em
muitos locais caneiros a céu aberto. Em caso de incêndio algumas
casas são já de dificílimo acesso aos bombeiros, tal é a
barracaria que as envolve.
4. A
situação é do conhecimento da CML, dado que em 1999, promoveu
dois importantes estudos sobre a zona, um dos quais realizado pelo
arquitecto Ribeiro Telles. Ambos recomendavam uma urgente
intervenção da CML, nomeadamente para evitarem a continua
degradação dos logradouros, dando-lhes uma finalidade mais
apropriada ao bem comum.
5. A
degradação destes espaços foi igualmente constatada por membros
de todos o grupos políticos desta Assembleia, quando recentemente
se deslocaram à zona, a convite dos seus moradores, a propósito do
famigerado parque da Rua José Lins do Rêgo.
6. É
verdade que constatamos que a CML ignorou de forma sistemática as
propostas dos moradores, as fundamentadas recomendações dos
estudos de 1999, e esperemos que não ignore também as
recomendações desta Assembleia.
7. A
única forma de tal não acontecer é que os seus dirigentes saibam
dialogar e decidir os técnicos da CML não fiquem apenas pelos
gabinetes e vão os locais estudar as situações em concreto, e os
serviços municipais actuem em conformidade com a sua missão.
8.O
problema é que a CML, parece frequentemente ter apenas como
objectivo destruir o que está bem, mantendo o que está mal. De
outra forma não se compreendem certas decisões. Veja-se ,o caso da
Rua José Lins do Rêgo, onde desde há 7 anos apoia a destruição
de um Jardim público, para a construção de um parque de
estacionamento, pondo deste modo também em risco os edifícios
envolventes, para além de incentivar por omissão ao seu lado, a
degradação dos citados logradouros. É preciso dizer que com esta
obra não serão resolvidos os problemas de estacionamento na área,
antes se contribuirá para os aumentar.
A
nossa esperança enquanto municipes é que esta Assembleia, em
coerência com a decisão do dia 13 de Abril, saiba continuar a
lutar por manter e melhorar o que está bem e acabar o que está
mal.
Viva
Lisboa !
Associação de Moradores da Zona Oriental do
Campo Grande
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