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O Projecto do Espaço
Exterior aqui apresentado é um modelo aplicado a um dos quadrantes da
célula 1 do Bairro de Alvalade, que se pretende aplicável a todo o
bairro.
A filosofia do modelo resulta
de duas constatações: a primeira é a apropriação do espaço
livre, pelos moradores, para cultivo de hortas e jardins. A segunda,
é a situação caótica do estacionamento das viaturas.
Um dos problemas mais graves
de Lisboa diz respeito aos logradouros interiores dos quarteirões que
têm vindo a ser sistematicamente ocupados por construções
clandestinas de oficinas, garagens e ampliação das habitações.
Também a incompreensão pelo
importante papel que essas áreas têm - quando ocupadas por jardins,
hortas e pomares, devido à infiltração das águas das chuvas e
equilíbrio dos lençóis freáticos que possibilitam a fixação das
poeiras no solo poroso cultivado e na própria vegetação, à produção
de oxigénio e eliminação de anidrido carbónico, à amenidade e
simbólica com que contribuem para a beleza da cidade - tem
permitido a sua destruição pelos estacionamentos subterrâneos, pela
ampliação dos edifícios que contêm esses espaços, pela
impermeabilização do solo e até pela construção de cinemas e indústrias.
Há, portanto, que considerar
a formulação duma filosofia da cidade que obste à construção do
processo a que a própria interpretação do P.D.M. não tem
conseguido resistir. Será um facto importante a considerar na revisão
em curso daquele instrumento:
Julgamos pragmático encarar em Lisboa os seguintes aspectos:
· Áreas históricas. Traçado geomórfico, pombalino e cercas
conventuais.
· Avenidas Novas.
· Cidade Moderna.
· Cidade Neoclássica.
Dediquemos este número à cidade Neoclássica concebida a partir dos
anos 40 e em especial ao significativo e bem traçado Bairro de
Alvalade.
Os chamados logradouros da
Avenida João XXI foram então criados como espaços de recreio
comunitário limitados por quintais privativos que separavam esses
espaços dos edifícios de habitação.
No Bairro de Alvalade, como
se verifica na planta da Célula 1, os espaços interiores foram
inicialmente ocupados por quintais hortados, de diferentes residentes.
O passeio das vias de acesso aos edifícios destinavam-se a um
ajardinamento camarário. Hoje verifica-se que os espaços interiores
foram ocupados por diferentes construções que alteraram o conceito
do plano e transformaram aqueles espaços num autêntico bairro de
barracas. A prevista recuperação dos edifícios que exige também a
recuperação das fachadas voltadas para o interior seria o momento
certo para também se recuperar todo o espaço interior, respondendo
às actuais necessidades e propósitos dos moradores.
O Projecto do Espaço
Exterior aqui apresentado é um modelo aplicado a um dos quadrantes da
Célula 1 do Bairro de Alvalade, que se pretende aplicável a todo o
bairro.
A filosofia do modelo resulta
de duas constatações: A primeira é a apropriação do espaço
livre, pelos moradores, para o cultivo de hortas e jardins. A segunda,
é a situação caótica do estacionamento das viaturas.
Assim, foi determinado que no
espaço contíguo ao prédio (de 6 fogos) se criassem 6 talhões de
terreno para cultivo, bem como de 6 Lugares para estacionar (1 por
cada família). O espaço central interior ao quarteirão terá as
dimensões necessárias ao acesso de veículos de emergência de
grande porte.
Conseguir-se-ia, assim,
organizar um espaço neste momento clandestinamente ocupado por uma
profusão de garagens, anexos e automóveis e de hortas e jardins em
espaços residuais, tentando repôr o espírito de recreio e produção
local comunitários limitados em parcelas individuais e organizar o
estacionamento.