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	Análise de uma política 
	desastrada 
	  
	
	Machado Rodrigues foi entre 
	Janeiro de 1990 e Dezembro de 2001 o responsável pelo Trânsito e 
	Infra-estruturas Viárias da Cidade de Lisboa. Muito do que se fez ou deixou 
	fazer neste domínio é da sua inteira responsabilidade.  
	
	  
	
	  
	
	Ao longo destes anos sobressai 
	na sua actuação política uma  preocupação essencial: criar as condições 
	ideais para que todas as viaturas (automóveis, carrinhas, camiões, etc) 
	pudessem entrar e circular o mais rapidamente possível em Lisboa, e aqui 
	encontrarem lugares para estacionar, não importa aonde, nem como. Vias 
	rápidas, viadutos, alargamento de faixas de rodagem nas avenidas, parques de 
	estacionamento por tudo quanto é sítio.   
	
	  
	
	Estes são alguns dos aspectos 
	visíveis da imensa obra deste vereador. Ninguém o pode negar. O problema é 
	que quanto mais construções realizou, mais se agravaram os problemas do 
	transito e do estacionamento.  
	
	  
	
	O fenómeno é mundialmente 
	conhecido. A única alternativa que restava no final de mandato, nesta lógica 
	de actuação, era mudar os habitantes para a periferia e transformar Lisboa 
	num imenso parque de estacionamento com amplas vias para as viaturas nele 
	transitarem. 
	
	  
	
	  
	
	Machado Rodrigues tinha pela 
	frente uma obra gigantesca a realizar. Entre 1990 e 1999, o parque automóvel 
	passou de 3.380.000 para 6.539.000 viaturas. É muito automóvel para encafuar 
	na cidade. Apesar de tantas obras, é preciso dizer que o número de lugares 
	em parques públicos de estacionamento subterrâneo, em 2001, não ultrapassava 
	os 8.000 lugares. Mesmo que multiplicasse este número por 10 ou 100 o 
	problema ir-se-ia manter. Estes lugares seriam sempre insuficientes. 
	  
	
	
	Ao longo de 11 anos, Machado 
	Rodrigues,  poucas ou nenhumas restrições impôs à circulação de viaturas na 
	cidade. Criou parques e zonas parqueadas, mas permitiu que ao seu lado se 
	pudesse estacionar de qualquer maneira. O resultado é fácil de constatar: 
	onde se paga existem lugares para estacionar, mas nas ruas, passeios e 
	jardins onde o estacionamento é livre apinham-se automóveis e camiões. 
	Apesar dos enormes investimentos nos transportes públicos, estes serão 
	sempre menos atractivos para as deslocações na cidade.  
	
	  
	
	Ao longo destes anos foram sendo 
	criados hábitos difíceis de modificar, e como se não bastasse, em Lisboa, 
	não existem também custos acrescidos para os condutores nela queiram 
	circular. É caso única nas capitais europeias. Quem paga a factura desta 
	política são os habitantes que teimosamente ainda aqui vivem. 
	Mais um
  caso de corrupção? 
  A investigação realizada por 
	jornalista do Público de preocupantes, pois apontam para
  alegadas ligações deste vereador ao submundo do tráfico de influências
  e a negócios de contornos pouco claros. 
	 Referem a aquisição de
  apartamentos de luxo, desaparecimento de processos na CML, ligações a
  empresas de construção de parques de estacionamento, nomeadamente aos
  famigerados parques de estacionamento residenciais subterrâneos, como o da
  Rua José Lins do Rego.    
	 Para bem da transparência e da credibilidade
  das instituições públicas é necessário, apurar quanto antes,  a
  Verdade ! No caso de se confirmar actuações ilícitas, é preciso averiguar quem na
  CML ou nas Juntas de Freguesia está igualmente ligado a este tipo de
  negociatas. 
    A pressão que têm sido sujeitos, durante anos, os moradores da
  Rua José Lins do Rego, para aceitarem a construção do citado parque, excede
  em muito o poder de actuação deste vereador, envolve diversos serviços e
  orgãos autárquicos.   
   Caso Um 
  Inquérito-crime sobre a sua estranha compra, na zona de Belém, dois
  apartamentos de luxo e uma loja no mesmo condomínio pelo valor total de
  32.500 contos. Aos preços de mercado, esclarece o mesmo jornal, o seu valor
  real rondaria os 200 mil contos. Por esta pechincha, Machado Rodrigues, pagou
  de sisa  apenas 575 contos, em vez dos cerca de 15 mil fixados pela lei.  
	
	Mais 
  Caso Dois 
  Interesses deste vereador e de alguns dos seus sócios e mais directos
  colaboradores cruzam-se, há quase 20 anos, com negócios no sector dos
  transportes e do estacionamento, que envolvem nomeadamente a construção de
  parques residenciais subterrâneos em Lisboa. As peças de uma teia que o
  jornal Público revelou:  
   1.  
	As várias coincidências difíceis
  de explicar;  
   2.  
	A habitual confusão entre público e
  privado;  
   3.  
	O negócio dos parques residenciais;  
    
  Caso Três 
  Em Março de 2002, vem a público uma nova ligação, no mínimo estranha de 
  Machado Rodrigues, ao processo de cedência terrenos municipais que, três
  anos antes, o então presidente da autarquia, João Soares, havia entregue à
  Universidade Moderna para que esta criasse uma zona verde e de estacionamento
  em frente à sua reitoria. Graças às garantias verbais do ex-autarca, os
  antigos dirigentes da Moderna, actualmente presos e à espera de julgamento,
  gastaram dezenas de milhar de contos no arranjo do espaço depois atribuído a
  sociedade Carlos Saraiva II - Empreendimentos Turísticos SA. O principal
  accionista desta empresa é o mesmo empresário que, poucos meses antes, em
  nome de uma outra sociedade por si controlada, negociou a venda de três
  apartamentos de luxo a Machado Rodrigues, em condições que estão a ser
  investigadas pelo Ministério Público. Mais três artigos para a colecção: 
  1.  
	Uma cedência expedita de terrenos camarários; 
  2.  
	A habitual confusão entre público e privado; 
  3.  
	O florescente negócio dos parques de
  estacionamento em que o ex-vereador era especialista. 
  O caso promete
  novas revelações, sobretudo agora que envolve a Universidade Moderna, cujas
  ligações à CML dissecamos noutro lugar.  
  Caso Quatro   
  O
  estranho desaparecimento de um processo de licenciamento com irregularidades
  do Gabinete da Vereadora Margarida Magalhães, conectado com o  
	caso
  Machado Rodrigues 
  Machado
  Rodrigues foi o vereador responsável pelo pelouro do trânsito na CML entre
  Dezembro de 1989 e Dezembro de 2001  |