Logradouros de
Alvalade,
a solução para o caos no
estacionamento?
Grande Operação de
Limpeza nos Logradouros em Alvalade
Enormes áreas até agora ocupadas por lixeiras que
colocavam em perigo a segurança e a saúde dos moradores começaram a ser limpas
no inicio de Outubro de 2015. A EMEL prometera, em 2013, transformá-las em parques de estacionamento gratuitos
para os moradores.
Falamos com os funcionários envolvidos nesta
operação de limpeza e confessaram-nos o seu enorme espanto com tanta porcaria
que têm encontrado nos logradouros. "É impressionante a merda que aqui
fizeram", disse-nos um deles.
No dia 22/10/2015 cruzamo-nos com o último
presidente da Junta de Freguesia do Campo Grande - Valdemar Salgado (2001-2013)
e perguntamos-lhe qual foi o maior problema que durante 12 anos enfrentou à
frente da junta. A resposta foi imediata: os logradouros do "Bairro das Caixas",
onde abundam lixeiras e construções abarracadas (ilegais). O mais grave é
que a maioria dos moradores há muito que está habituada e conformada com esta
situação.

Toneladas de lixo foram já retiradas dos logradouros
do Bairro das Caixas em Alvalade (foto:22/10/2015).
A Câmara Municipal
de Lisboa demitiu-se definitivamente da gestão do transito na cidade. O
estacionamento passou a ser "pensado" de forma casuística
em cada bairro. As juntas de freguesia mostram-se incapazes de terem neste
domínio um papel positivo.
Face à inoperância da CML no ordenamento do transito
o caos impera em muitas zonas do bairro de Alvalade, algo que estamos fartos de
denunciar.
Mais
O resultado desta política está à vista nomeadamente na
Freguesia de Alvalade: as operações de simples de limpeza de espaços camarários
e a sua ordenação para estacionamento levam décadas a serem iniciadas.
Um exemplo:
1. Desde a sua fundação em 2001
que este jornal tem estado envolvido em ações em prol da
requalificação dos chamados
logradouros do bairro de Alvalade.
A verdade é que após inúmeras
manifestações, denúncias, abaixo-assinados, reportagens nos jornais e na
televisão os resultados foram escassos.
A nova presidência da CML saída das
eleições de 2007, fez a promessa pública da sua requalificação (Casa de
Tomar -Reunião Descentralizadas, 2008).
Helena Roseta
aprovou na CML uma proposta nesse sentido (403/08). Em 2009, o
arquitecto Nuno Teotónio Pereira foi chamado a colaborar no caso, mas tudo ficou
na mesma. 2. A CML, em 2013,
finalmente reconheceu a sua total incompetência, confirmando as palavras de 2000
do chefe da Polícia Municipal quando apelou aos moradores para colocarem a
Câmara em tribunal obrigando- a agir (Publico, Quintais de Alvalade em vias de
Extinção, Fernanda Ribeiro, 23/02/2000).
3. A EMEL - Empresa Municipal de
Mobilidade e Estacionamento de Lisboa foi encarregada de resolver o
Problema. No dia 16 de Março de 2013, em
comunicado afirmava que iria dar inicio ao aproveitamento dos logradouros
desocupados em prédios da Segurança Social, em Alvalade, sendo os lugares
destinados a residentes. Para começar seriam criados 150 lugares. Estes
lugares de estacionamento seriam criados na sequência de um contrato de
concessão com o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS), que
atribui à EMEL a responsabilidade de limpar e ordenar os “terrenos sobrantes do
plano de construção do Bairro de Alvalade".
A EMEL prometia que os terrenos em causa que
acumulam “detritos e matérias abandonadas”, seriam finalmente limpos o que
contribuiria para melhorar a segurança e qualidade de vida da população.
A verdade é que nada se passou.
Apenas no Orçamento da EMEL para 2015 lá aparece uma verba para uma limpeza em
logradouros de Alvalade. A limpeza que iremos acompanhar começou na segunda
semana de Outubro de 2015, uma data histórica para Alvalade. Como é sabido, os
enormes logradouros de Bairro de Alvalade, projectado por Faria de Costa, se
devidamente aproveitados podiam ser a solução para os problemas de estacionamento
e muitos outros no bairro. Espaços não faltam, o problema é caos que está
criado
Operação de Limpeza dos
Logradouros do "Bairro das Caixas"
A limpeza de vários logradouros no
"Bairro das Caixas", primeira e segunda célula do Bairro de Alvalade, é a todos os
títulos de louvar.
Ao longos dos anos muitos tem sido os
moradores que se têm insurgido contra o facto destes espaços públicos
terem sido transformados em vazadouros de lixo. Com o tempo, os
próprios moradores até se foram acostumando a viverem na vizinhança de
verdadeiras lixeiras.
Estes espaços públicos foram também
sendo ocupados por todo o tipo de anexos ilegais (barracas) que
impermeabilizaram os solos e que pela sua proximidade aos edifícios
tem provocado todo o tipo de problemas: humidades nas casas e dificultaram o
seu arejamento, bloquearam entradas e saídas em caso de socorro, etc.
A limpeza dos logradouros tem sido excelente,
mas não basta. É preciso impedir que com esta limpeza surjam novas ocupações
dos mesmos e sobretudo repor a legalidade: destruir as construções ilegais e
devolver à população aquilo que é de todos. Se isto não acontecer todo o
trabalho efectuado foi inútil.
Mapa nº.1 das Grandes Lixeiras de
Alvalade
(alvo de limpezas)

Zona1: Traseiras da Escola básica de Santo
António
Zona 2: Traseiras da Rua José Lins do
Rêgo
Zona 3: Traseiras da Rua António Pusich
Zona 4: Traseiras da Afonso Lopes Vieira
Zona 5: Traseiras da Rua João Lúcio

Zona 2. Os enormes logradouros do chamado "Bairro das
Caixas", célula nº. 1, do Bairro de Alvalade estão ocupados por construções
clandestinas, lixeiras e parques de estacionamento improvisados, cujos
automóveis que não pertencem ao grupo dos que os dominam são frequentemente
vandalizados. |