Jornal da Praceta


Informação sobre a freguesia de Alvalade

(Alvalade, Campo Grande e São João de Brito )

Moradores de Alvalade

 

Mário Soares (1924-2017)

 

Defensor intransigente da liberdade, democracia e da descolonização durante a ditadura (1926-1974), foi 12 vezes preso, deportado  para São Tomé (1968) e exilado em França (1970-1974).

 

Começou por militar no Partido Comunista Português (1942-1949). Em 1943 integrava o Movimento de Unidade Nacional Antifascista. Em 1946 o Movimento de Unidade Democrática. Em 1949 foi o secretário da Comissão Central da Candidatura de Norton de Matos. Em 1970 lidera a Associação Socialista Portuguesa (fundada em 1964). Torna-se advogado da família do general  Humberto Delgado, assassinado em 1965, desenvolvendo desde então uma campanha internacional de denuncia da ditadura em Portugal. Funda, no exilio, o Partido Socialista Português (1973).

 

Depois do 25 de Abril de 1974, assumiu o processo de descolonização, a consolidação do regime democrático, bate-se pelo afastamento dos militares do poder político, enfrenta  as tentações totalitárias do Partido Comunista, conduz o processo de adesão de Portugal à CEE (actual União Europeia) e a abertura do país ao mundo.

 

Foi ministro dos Negócios Estrangeiros (Maio de 1974 a Março de 1975). Como líder do PS ganha as eleições de 1975, as primeiras livres para a Assembleia Constituinte. Volta a ganhar as eleições legislativas de 1976. Chefiou três governos constitucionais (I-1976-78; II-1978; IX-1983-85), foi presidente da república em dois mandatos (1986-1996), deputado ao Parlamento Europeu (1999), etc. 

 

Grande parte da sua vida foi vivida na freguesia de Alvalade, na Azinhaga da Malpica, atual Rua Dr. João Soares.

 

 

 

O cortejo fúnebre de Mário Soares começou na casa onde vivia em Alvalade, na Rua Dr. João Soares, tendo depois percorrido parte da Alameda da Universidade de Lisboa.

João Lopes Soares (1878-1970)

Fundador do Colégio Moderno na Azinhaga de Malpique (Campo Grande)

A família Soares tem uma referência  fundamental, o patriarca João Lopes Soares, pai de Mário Soares (ex-presidente da república), sogro de Maria  Barroso e avô de João Soares (ex- presidente da CML). Nascido em 1878, em Arrabal (Leiria), formou-se em teologia na Universidade  de Coimbra (1900). Ordenado presbítero (1) fez o concurso para capelão militar (1902) ficando colocado numa unidade militar da província. A sua transferência para a capital  marca uma  viragem na sua vida. Adere então às ideias republicanas, tornando-se um activo propagandista, sendo preso em 1908.

A implantação da República em 1910, permite-lhe uma rápida ascensão política. Começa por ser nomeado professor no Instituto dos Pupilos do Exército.

A sua formação religiosa veio a tornar-se todavia, um trunfo precioso para a nova República, carente de republicanos que despertassem a confiança das populações nos distritos mais católicos. Não tarda a ser nomeado governador civil dos distritos da Guarda, depois de Braga e por último de Santarém.

De 1916 a 1926 exerce é deputado pelos círculos de Guimarães e Leiria. Em 1919 exerce o cargo de ministro das colónias, batendo-se pela sua manutenção. Após a instauração da ditadura em Portugal é preso (1926), exilado nos Açores e depois em Espanha.  Volta a ser preso em 1949, na mesma prisão onde estava o seu filho Mário Soares.

Republicano convicto é votado ao ostracismo por Salazar, procurando então no ensino um meio de subsistência.

Funda em 1935 o conhecido Colégio Moderno, na Azinhaga de Malpique, hoje Rua Dr. João Soares, onde trabalharam como professores, muitos dos opositores do antigo regime. Foi autor de diversos livros escolares, entre os quais se destaca o Novo Atlas Escolar Português

Carlos Fontes

   
 

 

Notas:

(1) Apenas em 1927 a Santa Sé desobriga-o das Ordens  eclesiásticas, deixando então na pratica de ser padre.

 

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