Breve Biografia
               António
                Pedro de Nobre Carmona Rodrigues era uma das figuras que maior
                seriedade inspirava, em Dezembro de 2001, na equipa de Santana Lopes. Tinha aquilo que se chama um
                currículo técnico e científico. Reunia outros predicados que podiam gerar
                simpatias em certas franjas do eleitorado: sobrinho-neto do ditador marchal
                Carmona, dono de uma colecção de 13 motos,  antigo jogador de raguebi
                (rugby).  
               Nasceu
                em Lisboa, em 1956, no Bairro de S. Miguel (Freg. Alvalade). Estudou no Liceu Padre António Vieira, onde se tornou amigo
                de Santana Lopes. Formou-se depois em engenharia civil (1978), passou pela
                Holanda onde se diplomou em Hydraulic
                Engineering, em Delft, Holanda (1982) e
                pelos EUA, doutorou-se finalmente em Portugal em engenharia do ambiente (1992). 
               Era professor de Hidrologia e de Hidráulica nas licenciaturas em Engenharia do Ambiente na Faculdade de Ciências e
                Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, presidente da Associação
                Portuguesa dos Recursos Hídricos, membro do Conselho Nacional da Água.
               Em
                termos políticos era contudo uma incógnita. Ninguém lhe conhecia uma
                posição pública de relevo. Foi Assessor do Secretário
                de Estado do Ambiente e dos Recursos Naturais (1993 a 1995). Durante este período,
                esteve envolvido nas reuniões de negociação com Espanha para um novo Convénio
                sobre o uso da água nos rios internacionais. Tudo isto não impediu que
                Santana Lopes, seu amigo desde o Liceu, o nomeasse vice-presidente da CML em
                2002.
               A 4 de Abril de
                2003, após a saída de Isaltino de Morais do Governo, por envolvimento em
                negócios obscuros (contas em bancos na Suíça, etc), assume a pasta das obras
                públicas. Com a saída de Santana Lopes, em
                Julho de 2004, regressa à CML para assumir a presidência. 
               A
                situação complica-se com o regresso de Santana Lopes à autarquia na
                sequência da derrota eleitoral de 20 de Fevereiro de 2005 (Eleições
                Legislativas). Carmona é então
                sujeito a uma verdadeira humilhação pública, quer por parte de Santana Lopes,
                quer dos restantes vereadores do PSD. Não há memória na cidade de Lisboa de
                algo semelhante. Apesar disto, Marques Mendes, líder do PSD, acaba por o
                escolher para candidato deste partido à CML.
               Carmona acabou por ganhar as
                eleições autárquicas de Outubro de 2005, mas o que se seguiu foi um
                verdadeiro pesadelo para a cidade de Lisboa. Os gabinetes dos vereadores, os
                serviços e as empresas municipais encheram-se de militantes do PSD e do CDS-PP,
                nomeadamente dos que tinham sido corridos da Câmara Municipal de Oeiras. 
               Em
                menos de um ano sucederam-se a um ritmo vertiginoso os casos de corrupção,
                peculato e tráfico de influências. A Polícia Judiciária foi chamada a
                intervir, entre os arguidos contam-se dois vereadores, um dos quais era
                Vice-Presidente (Fontão de Carvalho). Perante este deprimente cenário, Carmona
                deu mostras de não passar de um simples instrumento do PSD e do seu lider
                (Marques Mendes), fazendo o que este lhes diz para fazer, revelando não ter
                qualquer independência política. 
               Sem
                qualquer noção do importante cargo político que ocupa, quando a coligação
                com o CDS-PP se desfez (11/11/2006), limitou-se a afirmar que não esperava semelhante
                desfeita do seu amigo de infância - José Ribeiro e Castro, lider deste
                partido. A questão não era para ele política, mas pessoal. 
               Em
                2007, quando estava na iminência de ser constituído arguido no caso da
                Bragaparques, pirou-se de fim de semana para Inglaterra para assistir a um
                evento de motos antigas. A cidade que se lixasse.
               Carmona
                em menos de dois anos levou a CML à bancarrota, tendo as dívidas
                atingido 1.261 milhões de euros, sendo 981 milhões dividas a curto
                prazo. Em Abril de 2007 a autarquia teve que
                contrair um empréstimo de 30 milhões para assegurar o pagamento dos subsídios
                de férias dos funcionários. Se o passivo financeiro é gigantesco, o
                estrutural muito mais grave pois ir-se-á repercutir ao longo de muitos anos.  A Câmara de Lisboa
                está hoje repleta de empresas municipais, serviços, dirigentes, assessores e
                funcionários que são uma completa inutilidade. Gerações de portugueses
                irão suportar os custos desta parasitagem, sem que daí advenha qualquer
                utilidade social.
               Um
                exemplo paradigmático desta gestão ruinosa e incompetente foi a decisão que
                tomou poucos dias antes de ser corrido da CML, quando autorizou a destruição de um jardim público, na Rua José Lins do
                Rêgo de modo a viabilizar a apropriação do seu espaço por um grupo de
                privados. 
               Especial:  O
                Caso da Rua José Lins do Rêgo 
                 Carmona
                Rodrigues - Presidente da CML
                (2004-2005, 2005-2007) 
              Após ter
                sido eleito presidente do município as suas primeiras medidas, em 2005, foram aguardadas com grande expectativa, o que se seguiu não 
                desiludiu ninguém, revelando-se um digno continuador da obra de Santana Lopes.
                Em pouco tempo a CML mergulhada em negócios e negociatas de toda a espécie. As dividas
                contraídas rapidamente ascenderam a mais de 1.261 milhões de euros, a solução encontrada para pagar aos
                fornecedores foi começar a vender o património ao desbarato. Em fins de Janeiro de 2007,
                ocorreu o esperado: a Polícia Judiciária resolveu dizer basta. Os cidadãos
                aplaudiram.  
              Como se tudo isto não bastasse,
                no dia 26 de Abril ficou-se a saber que o presidente da autarquia havia sido constituído arguido
                no processo da Bragaparques. O caos é total. No dia 2 de Maio, o lider do PSD, correu finalmente com
                Carmona da CML retirando-lhe a sua confiança política. 
               Equipa
                de Carmona na CML (2005-2007) 
               Actuação
                na CML (2002-2005)  
               Actuação
                na CML (2005-2007)  |