Director - Carlos Fontes

 

 

Museu Rafael Bordalo Pinheiro

 

Reabriu no dia 5 de Outubro de 2005 após ter estado fechado durante seis anos devido à incúria e incompetência dos serviços da CML quando colocaram em perigo as suas fundações.

Durante anos denunciamos a forma criminosa como este magnifico edifício estava a ser destruído.  Perante inúmeras pressões a Câmara  lá resolve reabrir o Museu e fazer algumas obras de restauro e consolidação. 

A notícia que publicamos em 2002, neste Jornal é elucidativa da forma como é gerido do património da cidade de Lisboa confiado à CML.

" O Museu Rafael Bordalo Pinheiro, no Campo Grande em Lisboa, fechado há mais de 3 anos pela CML, apresenta crescentes sinais de ruína. O painel de azulejos colocado na fachada, onde está representado Camões, está em riscos de se desprender a qualquer momento. As janelas em adiantado estado de degradação estão a desconjuntarem-se.

Quem analisar o edifício exteriormente só a custo consegue imaginar que está perante um dos mais interessantes museus da cidade. A casa, guardada por  dois simpáticos cães, mais parece um albergue vagabundos. O seu rico acervo está à mercê de todo o tipo de larápios.

 

Contactamos com os serviços da CML, encarregues do património. A explicação para estes estado de coisa foi perfeitamente surrealista, o que exige alguma paciência  para a tornar compreensível. Senão veja: 

1. A CML, em 1999. pensou em fazer obras na casa onde o museu se encontra. Os arquitectos camarários projectaram uma remodelação total que desfigurava a própria traça do edifício. A obra avança. Entretanto descobrem que o edifício é classificado, e tinha-lhe  inclusive sido atribuído um prémio - o prémio Valmor.  Perante tudo isto, a CML percebe que não pode fazer as obras que queria, e estas são suspensas.

2. A CML decide então mudar o museu para outro local. Descobre ao fim de muito tempo que a casa e grande parte do seu acervo fora doado pela família Cruz, na condição do Museu ficar naquele local.

3. Em resultado desta trapalhada toda (incompetência e profunda ignorância) as obras continuaram suspensas, tendo-se feito pequenas melhorias no local onde se encontram as reservas. Segundo a previsão de alguns técnicos dos museus dos camarários , o Museu só abrirá as suas portas em 2005... Um escândalo !

A maioria dos funcionários contactados garantem que estas explicações não tem quaisquer fundamento. A situação deve-se não apenas à incúria dos serviços responsáveis pela salvaguarda do património da cidade, mas também à política do actual Presidente da edilidade. As verbas necessárias a este tipo de intervenções foram desviadas para acções de propaganda da sua figura.

Um dado fundamental 

Observando o edifício descobre-se um facto nunca referido pelos funcionários camarários: o edifício apresenta rachas por todo o lado. Algumas das pedras estão mesmo fendidas. Porquê? Olhando para os edifícios  que recentemente ali foram construídos percebe-se logo a razão. - As suas fundações foram escavadas muito abaixo das do museu. Resultado:  os terrenos onde assenta o edifício do museu acabaram por ceder, abrindo fissuras. Algo semelhante já aconteceu em muitos outros edifícios públicos, como  o Palácio Foz, a Escola Superior de Belas Artes em Lisboa, etc.

Quem é o responsável pela derrocada do Museu Rafael Bordalo Pinheiro? A Câmara Municipal de Lisboa que mais uma vez autorizou obras que não devia, contribuindo desta forma para a destruição do património da cidade. "

Campo Grande. 2002

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Directora dos Museus da Câmara Municipal de Lisboa:  Ana Cristina Leite

Não será tempo de se apurarem as suas responsabilidades em todos este processo?

(Esta directora só foi afastada em 2013 )

 

 

 

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Jornal do Campo Grande / Jornal da Praceta