Jornal da Praceta

Informação sobre a freguesia de Alvalade

(Alvalade, Campo Grande e São João de Brito )

Eleições Autárquicas Intercalares- 2007

 

Eleições Intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa

15 de Julho de 2007

Resultados Eleitorais

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Eleitores inscritos: 524.248

Votantes: 196.041 - 37,39% - Abstenção: 62,61% (um record histórico)

Votos em branco: 4.549 - 2,32%

Votos nulos: 3.096 -1,58%

PS: venceu nas 53 freguesias de Lisboa. Em Alvalade com 22,42% dos votos; Campo Grande com 28,93% e S. João de Brito com 23,22%.

 

Candidatura Nº.Votos  % Vereadores
PS 57.907 29,54 6
Carmona 32.734 16,70 3
PSD 30.855 15,74 3
Helena Roseta20.006 10,21 2
PCP 18.681 9,53 2
Bloco Esquerda13.348 6,81 1
CDS-PP 7.258 1,58 0

 

Grandes constatações: 

 

1. A população de Lisboa está descontente com os actuais partidos políticos, que de forma sistemática tem bloqueado a participação dos cidadãos na gestão da cidade e transformaram a Câmara num agência de empregos para os seus membros. Sinal desta situação é o facto da abstenção ter ultrapassado os 62%. Se contarmos com os votos nulos e brancos, constata-se que 75% dos lisboetas recusaram-se a votar nestes candidatos.

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2. Os partidos que desde 2002 tem desgovernando a cidade foram castigados. O PSD só conseguiu o voto de cerca de 30 mil pessoas, num universo potencial de 524.248 eleitores. O CDS-PP tornou-se um partido residual, sendo inclusive afastado da vereação da CML. Os votos brancos e nulos foram superiores aos obtidos por este partido. O próprio PS - o partido vencedor - apenas conseguiu convencer cerca de 10% dos eleitores ...

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3. Os resultados conseguidos por Carmona Rodrigues ( 32.734 votos ) são preocupantes. Como foi possivel estes resultados depois de uma gestão danosa? Quem está interessado na continuação do descalabro da gestão camarária ? 

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4. Os resultados obtidos pelas candidaturas independentes, para além de todas as considerações, expressa de forma clara a vontade dos eleitores em apoiarem outras formas de representação política. Em apenas 2 meses, Helena Roseta conseguiu mais votos do que três máquinas partidárias.

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5. Lisboa requer uma mudança radical nas políticas e na gestão da cidade. É hora de mudar ! Mais

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Como na Ditadura...

 

A melhor prova do descrédito atingido pelos partidos políticos em Lisboa, está no facto da máquinas partidárias mesmo pagando já nem conseguirem mobilizar cidadãos para a "festa" do candidato que saiu vitorioso das eleições. Hoje muitos poucos lisboetas se dão ao trabalho de saírem à rua para festejos eleitorais nas autárquicas. O PS percebeu o problema, mas resolveu-o da piores das formas. 

 

No dia das eleições organizou excursões gratuitas em vários concelhos do país (Alandroal, Cabeceiras de Basto, Famalicão) destinadas a reformados e velhinhos. Depois de os levara a passear pela Nazaré e Fátima, à noite os motoristas dos autocarros despejaram-nos frente ao Hotel Altis entre os apoiantes de António Costa. A maioria destes idosos nem sequer se apercebeu do que se estava ali a festejar, nem do estava escrito nas bandeiras que lhes deram para erguer. Trata-se de uma prática muito utilizada durante a ditadura (1926-1974) e que se julgava ter desaparecido com a democracia. É lamentável que isto tenha ocorrido

Reflexões sobre as Últimas Eleições

Eleições Intercalares de 15 de Julho de 2007

Durante largos anos Lisboa tem estado a saque. O último presidente da CML ( Carmona Rodrigues) revelou-se de tal forma incompetente para as funções que desempenhava que o partido que o escolheu (PSD), num acto que pecou por ser tardio, colocou-o na rua. Nunca em Lisboa se assistiu a algo semelhante, o desgoverno é total. 

Ao longo dos últimos anos denunciamos a situação, batemo-nos na praça pública contra os desmandos da malandragem instalada na Câmara Municipal de Lisboa. É hora de mudar, pior é impossível! Mais

As Causas de um Divórcio entre os Eleitores e os Partidos Políticos

A primeira constatação que podemos fazer destas eleições intercalares é que as mesmas revelam um crescente divórcio entre os Partidos Políticos e a população de Lisboa. Mais

CML. Eleições Intercalares de 15 de Julho de 2007

Foram marcadas pelo Governo Civil de Lisboa (Adelaide Rocha) inicialmente para o dia 1 de Julho de 2007. O curto espaço de tempo entre a demissão de Carmona e a data das eleições revelou desde logo a intenção de evitar que pudessem concorrer listas de independentes, como é o caso da encabeçada por Helena Roseta. Uma atitude anti-democrática que mereceu o mais vivo repúdio dos municipes. O Tribunal Constitucional veio a alterar a data para 15 de Julho.

Estava na hora de mudar, pior era impossível ! Como desde 2001 tem acontecido o Jornal da Praceta deu-lhe toda a informação sobre os candidatos, listas e os respectivos programas. Na hora de votar apelou a que ajude a limpar Lisboa da corrupção. Estava nas suas mãos acabar com a bandalhice em que temos vivido. Os resultados limparam bandos de corruptos e incompetentes, mas muitos continuaram a ser eleitos. A situação melhorou, mas continua preocupante.

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Notas sobre Candidatos e Programas

 

Candidatos em análise: Fernando Negrão (PSD), António Costa (PS), Ruben de Carvalho (PCP), José Sá Fernandes (Bloco de Esquerda), Helena Roseta (Independente), Telmo Correia (CDS-PP) e Carmona Rodrigues (Independente). Programas Eleitorais e Comentários: Um contributo indispensável para uma decisão consciente.

PSD - Fernando Negrão

O PSD apresentou, no dia 16 de Maio, o seu candidato - Fernando Negrão (Nasceu em Carmona,Angola, 29/11/1955) . Não se lhe conhece uma única ideia sobre Lisboa.

Fernando Mimoso Negrão, magistrado de carreira, licenciou-se em Direito na Faculdade Clássica de Lisboa. Andou na Força Aérea. Foi juiz nas comarcas de Albufeira, Velas, na ilha de S. Jorge, Açores, Ferreira do Alentejo, Alenquer, Boa-Hora, Setúbal e Barreiro. Exerceu as funções de director da Polícia Judiciária (1995-1999),cargo do qual se demitiu em 2000, na sequência da acusação do "Diário de Notícias" que teria violado o segredo de Justiça, fornecendo à comunicação social certas informações sobre o caso da Universidade Moderna. 

Antigo militante do MES, desde 2002 é deputado independente do PSD. Foi Presidente do Conselho de Administração Instituto da Droga e da Toxicodependência. No governo de maioria PSD/CDS-PP liderado por Pedro Santana Lopes foi ministro da Segurança Social, da Família e da Criança (XVI Governo Constitucional, 2004-2005). Recorde-se que este governo foi demitido pela sua manifesta incompetência. Em Outubro de 2005 foi eleito vereador da Câmara Municipal de Setúbal, outra autarquia (PCP) a contas com a Justiça. 

A sua escolha enquanto candidato do PSD à CML, revela a visão deste partido das necessidades actuais da Câmara. Os problemas da Câmara são sobretudo do fôro criminal. Neste sentido era preciso alguém com provas dadas no combate à criminalidade para exercer o cargo de Presidente da autarquia.

a) Espera-se que acabe com as promiscuidade entre a CML (dirigentes, assessores, funcionários, etc) e os negócios imobiliários, mas também com o saque que está a ser feito à autarquia pelos partidos políticos e bandos de parasitas.

b) Espera-se que proceda ao rápido encerramento de empresas e serviços municipais, assim como o afastamento ou reforma compulsiva de dirigentes, assessores e funcionários. Ninguém espera outra coisa perante semelhante descalabro.

Um dos maiores problemas deste candidato é que ele desconhece em absoluto a cidade, assim como os seus reais problemas. 

A lista de Fernando Negrão é verdadeiramente preocupante, pois tem em lugar de destaque um conjunto de pessoas que são co-responsáveis da situação calamitosa a que a CML atingiu.Esperava-se uma verdadeira varridela, mas o que se constata é que estamos perante uma mera cosmética política, um compromisso com o pior que a gestão da autarquia já conheceu. Negrão deu um tiro no pé ao aceitar integrar alguns destas nefandas personagens.

Lista de Negrão:

- Sérgio Lipari: Ex-vereador do ambiente. Passou por Macau. Foi Presidente da Junta de Freguesia de benfica. Preside à Secção de Benfica do PSD, a maior de Lisboa. Está ligado à gestão ruinosa da empresa municipal GEBALIS ( 2002- 2005), quando era director-geral contribuiu de forma decisiva para a transformar num depósito de militantes do PSD. Como vereador evidenciou-se também pela enorme quantidade de assessores que possuia.

 

António Proa: Ex-vereador da Habitação, Acção Social e Educação. Como vereador teve sempre uma existência apagada, tendo-se constatado que raramente se dignava responder às queixas ou pedidos de informação dos municipes. Preside à Secção B do PSD de Alvalade.

O que mais interessante criou foi um blogue , onde publicitou várias plantações de árvores, enquanto os seus colegas de Partido se entretinha a destrui-las e a acimentarem tudo o que podiam.  

 

- Salter Cid (Nº.2): ex-secretário de Estado adjunto e das Comunicações de Cavaco Silva, ex-presidente da Companhia das Lezírias. Reformado de luxo da PT, onde só trabalhou alguns curtos períodos de tempo entre 1990 e 2006 (Público,7/6/2007). Cid tem apenas 53 anos, a idade legal da reforma em Portugal e aos 65 anos.

 

- Margarida Saavedra (nº3): Funcionária do Urbanismo da CML. Ex-directora municipal de Gestão Urbanística II, na fase mais negra da gestão urbanística da cidade. Em 2003 tinha a seu cargo o famigerado processo do Auto-Parque Lins do Rêgo, os moradores nunca chegaram a apurar o seu envolvimento nas manipulações que então constatarão que o mesmo tinha sido alvo (Consultar). O ex-Director Municipal de Urbanismo, José Meneses e Teles ter-lhe-á instaurado um processo disciplinar pela forma como autorizou a destruição de grande parte do antigo do Convento de Arroios (séc.XVII) para a construção de um novo empreendimento imobiliário (estamos a investigar o caso). Depois de sair do Dep.Urbanismo foi colocada na Assembleia Municipal de Lisboa para exercer as funções de Chefe de Gabinete da Presidente.

 

- Teresa Leal Coelho (Prof. Univers.), Paulo Moreira, Afonso Costa (presidente da Junta de Freguesia do Alto de São João).

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Programa Eleitoral e Comentários

PS - António Costa

O PS anunciou também o seu candidato - António Costa. Político de profissão, saiu do Governo, onde chefiava a pasta da Administração Interna para encabeçar a lista do PS. No Governo foi o responsável pela reforma da Administração Pública e pela introdução de medidas de controlo dos finanças locais. A sua escolha reflecte a visão do PS sobre a CML: É preciso acabar com cargos, empresas e serviços inúteis na autarquia e racionalizar as despesas. 

António Luís Santos da Costa nasceu em 1961, licenciou-se em direito na Fac. Direito de Lisboa. A sua actividade política inicia-se nos anos 80, como membro da Assembleia Municipal de Lisboa (1982/1993). A sua ascensão no interior do PS é muito rápida. Em 1995/1997 é Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares do XIII Governo Constitucional, e depois Ministro dos Assuntos Parlamentares do XIII Governo Constitucional (1997-1999).Ministro da Justiça do XIV Governo Constitucional, Ministro de Estado e da Administração Interna do XVII Governo Constitucional (2005/2007). É um típico profissional da política.

O PS julgou também importante, escolher alguém para a CML com experiência a lidar com forças de segurança no combate à criminalidade e manutenção da Ordem Pública. Este parece ser um critério comum na escolha dos candidatos dos dopis principais partidos. A ladroagem na CML requer candidatos com este perfil. 

a ) O único senão nesta escolha está no facto de António Costa não ter concluído nenhuma das reformas que iniciou no Estado. 

b ) Em relação aos cortes que realizou nas finanças locais, a principal crítica é que estes foram poucos e demasiado tardios. Não evitarem, por exemplo, que a  malandragem instalada na Câmara continuasse a esbanjar a seu belo prazer o dinheiro dos contribuintes. O Governo não teve a coragem de acabar com o festim. 

Será que António Costa terá a coragem necessária para correr com a malandragem da CML, incluindo a do seu próprio partido ? O único sinal que até agora deu foi o de afastar os elementos que fizeram parte da lista anterior. É muito pouco para acabar com a bagunça que reina na CML. A limpeza tem que ser geral.

Lista de António Costa:

 

- Manuel Salgado: arquitecto (nº. 2). É um dos arquitectos com mais obras na cidade de Lisboa. Foi também nº. 2 da lista inicial de Manuel Maria Carrilho (2002), com o qual se incompatiblizou, um dado importante sobre as suas reais potencialidades como vereador. 

 

- Ana Sara Brito: A militante socialista que coordenou a campanha presidencial de Manuel Alegre (nº.3)

 

- Marcos Perestrello: secretário nacional do PS para a Organização (nº.4).; 

- Rosália Vargas: directora do programa "Ciência Viva" (nº. 5); 

- Cardoso da Silva: Quadro do sector bancário, exerceu o cargo de secretário de Estado da Administração Industrial no IV Governo Provisório (Nº.6). 

Programa Eleitoral e Comentários

PCP - Ruben de Carvalho

O PCP anunciou que iria continuar a insistir em mais do mesmo - Ruben de Carvalho. A ausência de candidatos e de ideias parece ser um facto no PCP, um partido de naturaza ideológica. 

Ruben de Carvalho continua a insistir na demagogia de "esquerda", centrado o problema de Lisboa numa reivindicação de mais dinheiro para a autarquia, esquecendo-se que sem uma gestão adequada, mais recursos financeiros servem apenas para engordar políticos e funcionários corruptos e incompetentes. Os resultados desta política demagógica, segundo a maioria dos analistas,  são bem visiveis no caos urbanistico que se pode observar no concelhos onde o PCP dominou as câmaras, como Loures, Odivelas, Amadora, Almada, Seixal, Barreiro, Sesimbra, etc. Por todo o lado proliferam bairros de barracas, construções clandestinas, lixeiras, etc., que são presentemente os principais focos  de pobreza, exclusão social e violência no país. Lisboa não precisa destas políticas demagógicas e miserabilistas.

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Programa Eleitoral e Comentários

Bloco de Esquerda - José Sá Fernandes

O Bloco de Esquerda aposta em alguém com provas dadas que não pactua com corruptos nem incompetentes - José Sá Fernandes.

José Paixão Moreira Sá Fernandes, nasceu em 1948, numa familia de juristas. Viveu na Avenida de Roma. Na última década tornou-se conhecido pela sua militância civica que tem desenvolvido contra a corrupção e o tráfico de influências que tem dominado a Câmara Municipal de Lisboa. Entre os múltiplos processos desta acção civica, conta-se os do Túnel do Terreiro do Paço, Elevador do Castelo de S. Jorge, Túnel das Amoreiras, devolução do Convento da Graça à cidade, etc, etc. Em Outubro de 2005 concorreu como Independente numa lista do Bloco de Esquerda e foi eleito vereador da CML. Em virtude da sua acção os lisboetas passaram a conhecer melhor os negócios fraudulentos que dominam a autarquia e a gestão danosa que tem sido praticada. Não se limitou a denunciar o que estava mal, mas também apresentou um conjunto de importantes propostas para a melhoria da cidade.

Lisboa deve-lhe muito, nomeadamente no combate à ladroagem na CML, mas esperamos que os restantes elementos da sua Lista estejam ao seu nível. Uma andorinha só por si não faz a Primavera.

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Programa Eleitoral e Comentários

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Manuel Monteiro - Nova Democracia

Uma candidatura de direita que pretende acabar com a Câmara Municipal de Lisboa, pondo  fim à roubalheira, prometendo reduzir o número de funcionários, encerrar todas as empresas municipais e terminar com a promiscuidade entre a autarquia e empresas privadas, nomeadamente os gabinetes de advogados, etc. 

Os números que justificam estas ideias sensatas são simples e conhecidos de todos os lisboetas: 

- Mais de 90% das receitas da CML são gastas em despesas de funcionamento. Só os salários representam 57,5% das receitas (dados de Junho de 2007). A única forma da Câmara poder funcionar nestas condições é estar permanentemente a endividar-se para sustentar esta roubalheira generalizada.

-  Lisboa é a capital europeia com maior número de funcionários por mil habitantes, apresentando valores muitos superiores aos que possui Madrid ou Paris. 

Durante anos a autarquia tornou-se numa verdadeira agência de empregos para os militantes dos diferentes partidos políticos, mas também para os familiares e amigos dos dirigentes e  funcionários camarários. O aumento do número de funcionários foi sempre inversamente proporcional à qualidade dos serviços prestados. A única forma de sair desta caos é abrir uma ruptura com o sistema.  

Site: consultar

CDS-PP - Telmo Correia

O CDS-PP é com o PSD um dos co-responsáveis pelo caos da CML. No dia 20 de Maio anunciou formalmente o seu candidato - Telmo Correia. 

Telmo Augusto Gomes de Noronha Correia, foi ministro do Turismo do XVI Governo Constitucional (2004-2005), o mesmo que participou Fernando Negrão, e que era chefiado por Santana Lopes. 

Não há ideias neste partido sobre Lisboa. O que existe são acções que visam provocar efeitos mediáticos. Um exemplo: Paulo Portas, em 2002 concorreu à CML, em público afirmou que ficaria na autarquia no caso de ser eleito. O CDS-PP encheu Lisboa de cartazes onde era re-afirmada esta intenção. Um vez eleito, não tardou a abandonar a Câmara, esquecendo todos os compromissos que havia assumido com os eleitores. Uma bandalhice !  

Sendo Telmo Correia líder da bancada do CDS-PP na Assembleia da República, espera-se uma atitude idêntica à de Paulo Portas. Uma vez eleito vereador não tardará a ser substituído por outra pessoa qualquer.

Lista do Telmo: Teresa Caeiro (ex-Governadora Civil de Lisboa), Luís Nobre Guedes (ex-ministro do Ambiente, afastado deste cargo devido a um polémico processo especulação imobiliária),  António Carlos Monteiro (líder da distrital de Lisboa), Maria Orísia Roque (presidente da Concelhia). Não se conhece qualquer ideia sobre Lisboa destas ilustres personalidades.
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.Programa Eleitoral e Comentários

Independente - Helena Roseta

Arquitecta. Antiga deputada do PSD e do PS. A sua candidatura foi das primeiras a serem conhecidas. As propostas que já apresentou para a cidade são demasiado superficiais. A gravidade da situação na autarquia exige medidas mais consistentes.  

Helena do Rego da Costa Salema Roseta, arquitecta, nasceu em Lisboa no ano de 1947. Durante a ditadura foi uma activa militante católica. Em 1973 participou no congresso da Oposição Democrática realizado em Aveiro. Depois do 25 de Abril de 1974 aderiu ao PSD-PPD, onde militou na ala direita. Em 1976 foi cabeça de lista do PSD-PPD à CML. Destacou-se também pela forma como idolatrou o lider do PSD - Sá Carneiro, antes e depois do desastre de 1980. Foi uma das entusiastas apoiantes da candidatura de extrema-direita de Soares Carneiro à presidência da República (1980). 

Numa fase de grande exposição mediática foi presidente da Câmara de Cascais (1983-85), mas os resultados da sua governação foram desastrosos. Não resistiu muitas vezes à mais descarada demagogia, prometendo concretizar coisas que não tinha nem meios, nem condições para o fazer (ex.a irradicação num ano dos bairros de barracas no concelho de Cascais). Não concluiu o mandato, o executivo desfez-se, as dívidas e as promessas incumpridas acumularam-se. 

A ruptura com o PSD ocorre em 1986 quando resolveu apoiar Mário Soares, filiando-se mais tarde no PS pela mão de Jorge Sampaio. Em 2006 apoiou a candidatura presidencial de Manuel Alegre contra o PS. Está à frente da Ordem dos Arquitectos (2002-...).

Programa Eleitoral e Comentários

Independente - Carmona Rodrigues

Discípulo de Santana Lopes, a quem cabe a responsabilidade de o ter trazido para a CML, afirma-se todavia um continuador das práticas de João Soares na gestão da autarquia. 

Entre os muitos actos edificantes que se envolveu, destaca-se o conhecido caso negócio da Bragaparques em Fevereiro de 2005. O negócio envolvia a permuta de terrenos da Feira Popular (propriedade da CML) pelos do Parque Mayer (propriedade da Bragaqarques).

O caso não fica por aqui, dado que ficou acordado que os restantes terrenos da Feira Popular que não eram alvo da permuta seriam vendidos em hasta pública, o que se concretizou em Julho de 2005. Descobre-se então que a CML, de que Carmona Rodrigues era presidente, havia dado condições de preferência à Bragaparques nesta venda. Esta negociata acabou por vir a público, levando à intervenção da Polícia Judiciária. O país começa a tomar consciência que a gestão da CML estava mergulhada num lamaçal. 

Em Outubro de 2005 Carmona é eleito presidente da CML, como candidato independente do PSD. O negócio com a Bragaparques prossegue, embora seja contestado por duas forças políticas (PCP e Bloco de Esquerda). Para tornar o caso mais indecoroso, em Fevereiro de 2006, o vereador José Sá Fernandes é alvo de uma tentativa de corrupção por parte de Domingos Névoa, administrador da Bragaparques. A partir daqui sucedem-se os casos de alegada corrupção na CML. O descrédito da autarquia é total. Em Abril de 2007 Carmona é afastado da CML.

A ruptura entre Carmona e Santana Lopes ocorreu em 2005, quando este lhe exigiu a entrega da presidência da autarquia. Os episódios que se seguiram entre os dois foram simplesmente deprimentes. Na hora de escolher um candidato para a Câmara de Lisboa, o lider do PSD (Marques Mendes) escolheu Carmona que acabou por vencer as eleições de Outubro de 2005. 

Com Santana é um dos principais responsáveis pelo descalabro financeiro da autarquia e pelo  caos em que está mergulhada a cidade. O passivo da finanças municipais duplicou em cinco anos. Cada lisboeta deve 2.382 euros, os juros diários da divida ascendem a 30 mil euros. Mais

Lista de Carmona

- Pedro Feist( 2º), Gabriela Seara (3º), José Ramos Ascenção, Pedro Madeira Rodrigues,Maria Manuela Vieira de Almeida, Francisco Ribeiro, Ana Cristina Centeno Fragoso, Isabel Elias, Carlos Barbosa, José Manuel Ramos, Ana Paula Mira Coelho, Eugénio Viassa Monteiro,Fernando Santana, Maria Gorete dos Santos Carvalho, Mário Moniz Pereira, Carlos Fontão de Carvalho.

 

Programa Eleitoral e Comentários

Portugal mergulhou numa crise profunda, em grande parte devido ao desvario despesista do Estado, empresas e famílias. A CML está completamente falida. O Jornal da Praceta desde 2001, que de forma sistemática vinha denunciado o desvario na gestão da autarquia de Lisboa. Em 2007 teve algum eco o nosso apelo. Fica aqui registado.

"Nem Mais um Cêntimo Para a Câmara !"

"Qual a solução para as enormes dívidas e gastos correntes da CML e das 53 Juntas de Freguesia de Lisboa? 

Contrair mais empréstimos aumentando as dívidas e o descalabro financeiro para continuar a sustentar bandos de parasitas e estruturas perdulárias e inúteis? Ou cortar nas despesas inúteis ( horas extraordinárias, frota de viaturas, assessores, serviços e empresas municipais, dirigentes, etc) ? 

"Este não é todavia o único dilema que está em discussão, mas também dois outros de igual importância:

- Condescender com uma organização municipal descredibilizada, assente procedimentos secretistas, protectores de todo o tipo de compadrios, cunhas e mafias ? Ou impor através de uma acção enérgica, patriótica e responsável uma organização municipal aberta, participada, assente em princípios de equidade, transparência e imparcialidade ?

- Persistir numa gestão errática, sem um planeamento integrado e participado ? Ou envolver os municipes na gestão da cidade, perspectivando os problemas e as soluções numa quadro integrado local e regional ?

Perante estes dilemas, a maioria dos candidatos nas eleições intercalares de deu sinais preocupantes de estarem comprometidos com a parasitagem  e as mafias que tem dominado a Câmara e as Juntas de Freguesia nas últimas décadas. Nenhum lisboeta se pode alhear deste problema, por maior repugnância que lhe possa causar a malandragem instalada na CML. CF, Agosto de 2007".

O Descalabro de uma Câmara Municipal (2007)

Em plena Campanha eleitoral, o jornal "Público" revelou os dados recolhidos por João Seixas para um tese de doutoramento sobre a gestão Câmara Municipal de Lisboa (CML). A conclusão do autor é apenas uma: A CML é uma organização perdulária e ineficiente. 

Os números são impressionantes para quem não os conheça:

- A CML tem 12 mil funcionários, o que dá uma média de 10 trabalhadores por mil habitantes ( Porto tem 6,86; Madrid- 5,19; Barcelona-4,77).

- As taxas de absentismo da autarquia são elevadíssimas. Os dirigentes e funcionários camarários nunca estão nos seus postos de trabalho. As faltas injustificadas atingiram em 2004 um média de 9,6% para funcionários e 8,7% para os dirigentes...

- A maioria dos dirigentes camarários está à mais de 20 anos nos respectivos cargos, acumulando vícios. O laxismo é total.

-  A estrutura camarária é um verdadeiro labirinto onde impera a irresponsabilidade. Possui cerca de três centenas de departamentos e divisões, 53 freguesias e dezenas de empresas municipais. Uma estrutura ingovernável.

- A cidade está completamente retalhada por 53 freguesias que são um verdadeiro anacronismo administrativo, cuja única finalidade reconhecida é darem emprego a milhares de parasitas sociais que nelas se conseguiram encaixar. Paris tem 20 Distritos Urbanos/Freguesias; Madrid - 21; Roma - 20; Barcelona -10; Lyon -10. A relação entre estas DU/Freg. e o número de habitantes não tem paralelo no resto da Europa.   

O autor, com base em valores de 2004, demonstra que a CML tornou-se numa verdadeira agência de emprego para os diferentes partidos políticos. Não admira que em 2007 a CML esteja completamente falida, tendo as dívidas atingido 1 bilião e 261 milhões de euros. 

A verdade é que estes números revelados pelo Público (4/7/2007) são há muito do conhecimento do Jornal da Praceta. Este retrato confirma aquilo que temos dito e redito. Mais  

 

Estatísticas Eleitorais  (1976-2007)

 

   
 
 

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