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Património Publico Vandalizado ou ao Abandono

 

Nada está a salvo: edificios históricos, fontanários, pinturas, estátuas, placas de homenagem... tudo é vandalizado e muitas vezes abandonado por quem devia cuidar mas não faz. 

A Praga dos Grafites

Alvalade como toda a cidade de Lisboa está repleta de grafites. Nada escapa desde monumentos, a simples sinais de transito, estações de metro, paragens autocarro, edifíicios públicos ou privados, etc. A imagem que provocam é de territórios abandonados, dominados por marginais. Uma situação que não parece incomodar quem tem por missão velar pelo espaço público.

O que leva um individuo a destruir algo que é para usufruto de todos? Este tem andado a esborratar tudo o que encontra na freguesia. Foto: 02/05/2022

 

Monumento da Guerra Peninsular finalmente Limpo

Quem passava pela praça de Entrecampos deparava-se com o triste estado deste monumento nacional comemorativo da resistência às invasões franco-espanholas de 1807 a 1814. Esteve ao abandono durante mais de um ano. A estátua já muito danificada por anteriores comemorações futebolisticas ficou com um novo ornamento: um vigoroso arbusto. Durante um ano fizemos uma activa campanha para a sua remoção e limpeza. A CML com a prontidão que lhe é conhecida só a realizou no principio de Junho de 2022. Fica o registo. Foto: 8/06/2022. Mais

Foto: 10/08/2021

Foto: 10/08/2021

Jogos de Futebol Contra o Património Nacional

Em dias de futebol no Estádio de Alvalade, o património público ou privado nesta zona de Lisboa é sistematicamente vandalizado por multidões. As suas razões são irrelevantes. A PSP e a Polícia Municipal, apesar de alertadas, mostram-se indiferentes perante a situação. Se uma equipa de Lisboa ganha o campeonato de futebol ou a taça de Portugal, é a vez da Estátua da Guerra Peninsular em Entrecampos ou da Estátua do Marquês de Pombal sofrerem múltiplos atos de vandalismo. Atos que se prolongam até ao Pelourinho na Praça do Município. Para a Polícia ou a Câmara Municipal o importante é a festa, a destruição do património e do espaço público é secundário.

Estátua de D. João I Vandalizada

Agora que o público vai regressar aos estádios de futebol lembramos, para que se evitem, algumas das habituais ocorrências no Campo Grande nesses dias: estátuas vandalizadas, espaços verdes destruidos, paragens de transportes públicos danificadas, sinais de transito arrancados, desacatos, etc. Foto: Março/2021

Não faltam situações destas pela cidade, com a presença inclusive de "altas figuras" do Estado.     

No dia 15 de Junho de 2018, no jogo entre Portugal e a Espanha, assistimos em direto à danificação da Estátua de D. José, no Terreiro do Paço, perante os olhares indiferentes do Presidente da República, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e vários membros do Governo. Dezenas de energúmenos empoleirados num monumento nacional, emblemático da cidade e do país, danificavam o monumento enquanto decorria o jogo. A indiferença de Marcelo Rebelo de Sousa perante o que ocorria mesmo ao seu lado, contribuiu desta forma para legitimar, junto dos jovens, os atos de vandalismo da coisa pública.

MarceloRebelodeSousa15062018

Edifício da Junta de Freguesia de Alvalade         

O edificio foi inaugurado em Junho de 2017, mas não tardou a ser vandalizado como a foto documenta. Foto: 15/01/2018

Painéis de Informação Vandalizados

Alvalade, como toda a cidade de Lisboa está coberta de inscrições. Umas feitas por "brincadeira", outras para marcarem "territórios". Neste caso procurou-se deliberadamente evitar que os moradores podessem consultar a informação disponibilizada pela Junta de Freguesia de Alvalade. Foto: Avenida do EUA, 10/12/2019

"Danificada a Base da Estátua de Santo António

A base da estátua de Santo António, na Praça de Alvalade estava seriamente danificada. Nos últimos anos tornou-se numa animada pista de skates, com os resultados que se conhecem. Da autoria do escultor António Duarte e do arquitecto Carlos Antero Ferreira, foi inaugurada em 1973. Em Agosto de 2017 tiramos-lhe uma foto que aparece na parte inferior, alertamos a Junta de Freguesia, a Câmara Municipal de Lisboa e outras entidades oficiais para os estragos. em Maio de 2019 é que a reparação foi realizada, após anos de indiferença perante a situação, durante os quais se gastaram rios de dinheiro a apregoar que estavam a defender o património

Museus em Alvalade

Museu da Cidade/Palácio Pimenta

A entrada do Palácio Pimenta está transformada num enorme parque de estacionamento privativo dos funcionários do museu (três dezenas). No local existem várias placas proibindo o estacionamento, existem também parques públicos e uma excelente rede de transportes, mas nada convence estes funcionários a deixarem as viaturas noutro local, a bandalhice é total. Mais

O museu, depois da saída da sua antiga directora, a arqueóloga e historiadora Irisalva Moita (1984), esteve votado ao mais completo abandono durante longos anos. Em 2013 foi nomeado um novo responsável - António Miranda - de quem se esperava um profunda mudança neste espaço museológico de enorme importância para a compreensão e divulgação da história de Lisboa.

Esperava-se sobretudo que depois da anterior directora ter sido corrida, fossem feitas as necessárias e urgentes mudanças que a degradação deste espaço museológico e patrimonial carecia, mas infelizmente quase tudo continua na mesma.

 O museu estava uma vergonha. Era um amontoado de peças descontextualizadas e sem qualquer relevância histórica ou artística. A concepção museológica era do tempo de Irisalva Moita (arqueóloga). O Museu estava parado no tempo. .O seu acervo patrimonial (obras expostas e sobretudo nas reservas) exigia uma intervenção imediata e profunda.

Desde Julho de 2016 o museu passou para a alçada da EGEAC, sob a promessa de uma maior agilidade na sua gestão. Foi-lhe também incorporado o Pavilhão Preto. O piso 0 foi encerrado para remodelação. . 

As obras de remodelação eram para estar concluídas em 2018. Perante os sucessivos atrasos, aponta-se o ano de 2020, alguns afirmavam-nos na altura que seria em 2021, ano de eleições. A culpa destes atrasos garantiam-nos eram de entraves burocráticos provocados por algumas pessoas. Quem ? Joana Sousa Monteiro (responsável desde 2015 do Museu de Lisboa) ? Maria Ana J. Silva Dias (chefe da Divisão de Salvaguarda do Património Cultural) ? Catarina Marques A. V. Pinto (vereadora com o pelouro da Cultura) ? A única certeza é que nada avançava.

Como se esperava, em 2021, ano de eleições, abriu ao público o piso 0. Os restantes espaços esparam por novas eleições autárquicas...

- Museu Rafael Bordalo Pinheiro. Em 2013 foi também nomeado um novo director (Pedro Bebiano), de quem se esperava um outro dinamismo. Este museu, situado em frente do Jardim do Campo Grande (lado norte), esteve encerrado durante vários anos devido à incúria da CML. Só abriu as portas aquando das comemorações do centenário da morte deste artista. Mais

Complexo dos Coruchéus: Biblioteca, Galeria Quadrum e Centro de Artes Plásticas

O Palacete dos Coruchéus, os jardins e  Centro de Artes Plásticas, em 2013 (ano de eleições autárquicas, 29/09/2013) foram alvo de importantes obras de remodelação, depois de anos e anos ao abandono. A conclusão das obras, como é habitual, coincidiu com as eleições.

- Palácio dos Coruchéus

Durante anos este aqui instalado o Departamento do Património Cultural da CML, o que  só por si espelhava a razão do abandono do património municipal. A incompetência e laxismo era total. Era difícil imaginar pior. Durante anos o espaço envolvente foi um activo centro de distribuição de droga no bairro de Alvalade.

 

A situação mudou somente em 2012 quando do palácio foram corridos o bando de parasitas que por lá andavam a tratar do "património" (?), sendo o palacete transformado numa útil biblioteca municipal. A CML não parece reunir as mínimas condições para cuidar do património que lhe está confiado.

- Biblioteca Municipal dos Coruchéus, foi inaugurada a 23 de Abril de 2013. Os livros e as revistas não são muitos, mas o ambiente é agradável para se estar.

- Centro de Artes Plásticas dos Coruchéus

As mudanças em 2013 foram significativas mas estão longe das necessárias. O centro continua a ser uma sombra da pujança que revelou noutras épocas.

Dois anos depois os sinais de decadência eram já visíveis, assistiu-se inclusive ao regresso em força do tráfico de droga.  O Café-Restaurante encerrou as portas contribuindo para o abandono da zona. Mais